Crítica: A Bailarina

Um dos grandes desafios dos estúdios de animação é saber encontrar uma história que possa atrair tanto os meninos quanto as meninas na mesma forma. É preciso uma dedicação em tempo integral e também dinheiro para a realização da pesquisa para poder encontrar uma obra que consiga atrair a atenção de ambos os públicos, sem haver a distinção desse gênero. A Bailarina, animação que estreou nesta semana no Brasil, consegue fazer isso muito bem.

Na animação, a sonhadora órfã Felicie tem o grande sonho de se tornar uma grande bailarina. Para tentar realizar esse sonho, ela e seu amigo Victor fogem do orfanato rumo a Paris. Já na cidade luz, Felicie se passa por outra pessoa, para assim tentar ganhar uma vaga entre as bailarinas do espetáculo que acontecerá no Grand Opera (a maior casa de espetáculos do país), mas será uma grande aventura para que tudo dê certo.

O roteiro que foi desenvolvido também pelos diretores Eric Summer e Eric Warin, nada mais é que a velha conhecida jornada do herói, com a busca do sonho apresentado ao público, passando pelo aprendizado para o seu merecimento de alcança-lo, até a sua consagração final ao conquista-lo. Por se tratar de uma obra de animação, o roteiro está se preocupando muito em ter uma coerência em todos os fatos, afinal aqui o objetivo mesmo é mostrar como a nossa protagonista vai chegar em seu objetivo final, sendo assim, a história segue um caminho bastante previsível, mas ao mesmo tempo é bastante envolvente por trazer diversos recursos técnicos que acabam funcionando muito bem, entre eles estão, a sua edição dinâmica, uma trilha sonora bastante agradável, gráficos perfeitos tanto nos personagens que dançam em diversas cenas e os movimentos são muito próximos da realidade, como tanto na reconstrução de uma Paris do século XIX, que está impecável.

Felicie e Victor são personagens carismáticos, porém existem alguns personagens dentro do filme que acabam não funcionando muito. Uma delas é a grande vilã do filme, que aqui surge de uma maneira bastante caricata, se a ideia do filme era homenagear as grandes vilãs da Disney, eles erraram bem feio, já que aqui ela soa totalmente fora do tom.

A Bailarina é uma ótima opção para a garotada nessas férias e traz ainda de presente uma bela mensagem sobre superação e confiança. A obra vai agradar não só os pequenos, mas também os adultos com seu tom de narrativa encantador.

Nota: 8,5/10