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Críticas

Crítica: O Nascimento de uma Nação (2016)


Certamente você já deve ter escutado falar do polêmico filme de 1915, O Nascimento de uma Nação, um longa que retratava o surgimento da Ku Klux Klan (movimento que defendia a supremacia branca) em seu enredo, para piorar a situação do longa-metragem, muitos atores brancos foram pintados com tinta negra para representar os personagens negros que haviam dentro do filme. Eis que passados 100 anos da estreia desse polêmico longa-metragem, o diretor Nate Parker utiliza o mesmo título em uma obra totalmente avessa ao filme de 1915.


A trama narra a história do lendário Nat Turner (Nate Parker), um negro que aprendeu a ler ainda garoto e quando adulto tinha um magnetismo em sua oratória, devido a isso, seu dono Samuel (Armie Hammer) começou a utilizar desse dom para que Nat pregasse com trechos da bíblia em que dizia sobre aceitar a realidade de submissão em que viviam e assim amenizasse os ânimos dos escravos. Inicialmente o recurso era usado somente em sua fazenda, mas logo Samuel começou a vender o “serviço” para outros donos de fazenda, e foi nessas andanças que Nat começou a identificar os horrores que os negros sofriam de seus “donos”, e isso trouxe o desejo de mudar tal realidade e assim despertou nele a ânsia de liderar uma rebelião dos escravos contra os seus donos brancos.

Infelizmente o roteiro de O Nascimento de uma Nação peca em não conseguir transformar a história de Nat Turner em algo realmente impactante para o grande público. Temos uma sensação que todas as passagens da narrativa do longa foram tiradas de outras obras que abordavam o mesmo tema, o que acaba prejudicando a forma que Nate decide contar a sua história. Porém não podemos negar que o diretor, Nate Parker, consegue criar cenas realmente belíssimas e emocionantes, mas que ao mesmo tempo acabam deixando aquele gostinho de quero mais. Não temos a criação de um clímax realmente inesquecível nos principais momentos da história, principalmente na batalha entre negros e branco.

Mais um ponto a favor do diretor é a maneira escolhida de conduzir o seu elenco, aqui todos têm o seu momento de destaque, mesmo que seja uma pequena participação na trama. Porém quem rouba a atenção do filme para si, é o próprio diretor, que interpreta o personagem principal dessa história. Sua atuação é tão intensa, que podemos sentir sua dor e agonia só pelo olhar. Já podemos ter quase a certeza que o seu nome deve figurar na lista dos finalistas para Melhor Ator no Oscar 2017, a não ser que a Academia decida ser levada as polêmicas que vem cercando o ator/diretor nos últimos meses.


A fotografia merece um destaque a parte, principalmente para as cenas noturnas, que são fantásticas. A trilha sonora também está forte, mas o trabalho de maquiagem e direção de arte são um dos maiores destaques de todo o longa.


Vale destacar a maneira que o filme mostra uma artimanha muito conhecida nos dias de hoje, onde trechos da bíblia são pregados principalmente para justificar seus pensamentos retrógrados e assim poder doutrinar seus fiéis ao seu modo.


O Nascimento de uma Nação tem uma produção impecável além de trazer a história de um homem que inspirou uma mudança de atitude da humanidade em relação ao racismo, porém se formos analisar o longa como uma obra cinematográfica, infelizmente ele deixa a desejar.


Nota: 7.0/10

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