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Críticas

Crítica: 120 Batimentos por Minuto


Podemos dizer que nos dias atuais, as pessoas infectadas pelo vírus do HIV não precisam mais passar pelas incertezas de vencer ou perder a luta contra a doença. Com os avanços modernos dos tratamentos conseguem, de certa forma, dar uma qualidade de vida mais relativa e também de tornar o vírus, em algo que possa ser convivido. Porém no início dos anos 90, a situação era totalmente diferente. A medicina estava apenas começando a descobrir os métodos de transmissão corretos e também os tratamentos que causavam mais danos do que ajudar a curar a doença, ou seja, quem estava infectado tinha praticamente uma sentença de morte com tempo marcado.


O longa-metragem que foi sensação em Cannes no ano passado, 120 Batimentos por Minuto, chega essa semana ao Brasil e faz um retrato desse período, onde o ativismo de uma geração conseguiu dar o pontapé inicial para a conscientização acerca da AIDS e acabou fundamentando as pesquisas médicas e as políticas sociais para suavizar a perda das inúmeras vítimas afetadas pelo vírus.


A direção de Robin Campillo divide o longa-metragem em dois focos principais: os bastidores da ACT Up Paris, uma associação que advogava em defesa dos portadores do HIV na França e a outra, focada na vida pessoal de seus integrantes, sendo que aqui o destaque fica pela história envolvendo Sean (Nahuel Pérez Biscayart) e Nathan (Arnaud Valois), onde acompanhamos os altos e baixos de uma vida onde um deles é portador do vírus.


Podemos dizer que acompanhando todo o processo de criação e também de suas resoluções, é como se estivéssemos tendo uma aula dentro da sala de cinema. Ou seja, o ritmo do filme oscila bastante, principalmente entre o primeiro e o último ato. Os 140min do filme acabam parecendo por diversas vezes ter mais uns 40min à mais do que realmente tem, pois, as cenas do último ato são lentas, sonolentas e acabam despertando a irritação do espectador, ao invés de colocá-lo dentro da história.


120 Batimentos por Minuto não é um filme fácil de ser assistido, não só pelo tema, mas como também por seu ritmo. Uma tentativa que poderia ter sido muito mais aproveitada se tivesse uns 30 a 40min a menos, onde realmente o espectador entraria para dentro da história desses personagens.


Nota: 7.0/10

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