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Críticas

Crítica: Jason Bourne

 
A franquia Bourne, originada lá em 2002, conseguiu dar uma nova cara aos filmes de espionagem e também de ação, tudo isso graças a um roteiro eficiente e um Matt Damon em seus melhores momentos nos filmes desse gênero. Foram três ótimo filmes estrelados pelo astro e um quarto filme derivado da franquia, estrelado por Jeremy Renner, que infelizmente deixou a desejar em todos os aspectos. Passados quase 15 anos do primeiro filme, eis que Matt Damon e o diretor Paul Greengrass retornam a franquia para uma nova sequencia direta do terceiro filme.

 
A CIA sofre um ataque de hacker cometido por Nicky Parsons (Julia Stiles), em mais uma tentativa de expor os programas cruéis da agência e atrair a atenção de Jason Bourne (Matt Damon), que vive uma vida isolada trocando socos do outro lado do mundo. O ataque faz com que o diretor Robert Dewey (Tommy Lee Jones) coloque a durona Heather Lee (Alicia Vikander) na liderança de uma operação que visa capturar Bourne e trazê-lo de volta para o programa, ao mesmo tempo em que Dewey conspira para aprovar um novo sistema de vigilância.



Vamos começar com uma sinceridade, qualquer fã da franquia sabe que esse quinto filme (quarto se contarmos na ordem certa) não precisava existir. A trilogia original teve seu começo (A Identidade Bourne), meio (A Supremacia Bourne) e seu fim, (O Ultimato Bourne), tanto que o último longa da franquia teve um final correto, que encerrava ali o seu ciclo. Porém como Hollywood está sofrendo uma crise de ideias e também depois do fracasso de O Legado Bourne, eis que eles resolveram voltar para a historia que deu certo.

 
Já fica claro nas primeiras cenas do longa-metragem que já sabemos seu começo, seu meio e seu final, porque não existe absolutamente nada de novo nesse filme, que não tenhamos visto nos outros filmes da franquia. O roteiro desenvolvido pelo próprio Greengrass e por Christopher Rouse, coloca nosso espião em busca de respostas que envolvem o seu pai e o programa Treadstone além de claro, sua busca por vingança. Entenderam agora, não há nada de novo.

 
Mas se por um lado existe esse problema na história, o roteiro consegue acertar no seu contexto político, mostrando uma sociedade cada vez mais obcecada por vigilância e que ainda lida com os efeitos dos ataques cometidos por Eduardo Snowden. Tanto que as melhores cenas que temos não são as perseguições de Bourne e sim as que se passam no escritório da CIA, com os personagens Robert Dewey e Heather Lee. Apesar de Matt Damon se sair bem no papel como nos demais filmes, nesse aqui podemos notar que o personagem deixou de ser nitidamente uma figura central, tanto que ele passa a ser uma figura descartável na trama. Os demais personagens não caem no maniqueísmo de serem bonzinhos ou vilões, todos ali são suspeitos e todos ali agem por uma motivação.

 
O personagem de Riz Ahmed, começa como um personagem pequeno e depois ganha um ótimo destaque na metade da trama devido ao reflexo da sociedade que os roteiristas querem apresentar.

 
Porém quem acaba roubando a atenção do filme para si mesma é a cada vez mais talentosa Alicia Vikander. Sua personagem Heather Lee, é aquela personagem que a gente torce, fica com raiva, volta a torcer e espera que ela tenha um final decente. A atriz consegue conduzir a personagem no maneira tão dúbia que nunca sabemos ao certo de que lado ela está.


Vicent Cassel e Tommy Lee Jones se esforçam ao máximo para mostrar o lado negro de seus personagens mas acabam falhando. Cassel nos entrega um personagem tão superficial, que fica impossível comprar a ideia de vingança dele devido as suas caras e bocas, enquanto que Tommy Lee Jones, apesar de ser um grande astro cada vez mais vai se apagando de seus primeiros e mais importantes papeis. Sobre a participação especial de Julia Stiles, bem devemos dizer que ela sempre será a menina rebelde de 10 Coisas que Eu Odeio em Você.

 
As cenas de ação que eram o ponto forte dos três primeiros filmes, aqui acabam meio que desapontando, mas por um outro lado, temos ótimos sequencias que mantém a atenção do público. A abertura do filme conta com uma ótima cena de perseguição pelas ruas de Atenas em meio a uma manifestação popular onde temos carros, motos e corridas em meio a bandeiras, coquetéis molotovs e uma tropa de choque policial, mas, o clímax acaba sendo prejudicado por uma cena tão forçada e tão extensa que chega a ficar cansativa em determinado momento.

 
O embate final entre Bourne e Asset é outra que decepciona porque ficou tudo tão coreografádo e sem graça, que quando acaba você já está dando graças a deus.

 
Apesar de ser um filme que não precisava ter, Jason Bourne funciona como um eficiente thriller de espionagem e de ação, merecendo destaque para o cuidado que a produção teve de retratar como é o mundo atualmente porém falharam em explicar porque ele deveria fazer parte do universo Bourne.

Nota: 7.0/10

About Marcelo Rodrigues

1 Comments:

  1. O filme de Jason Bourne é um dos melhores. A verdade adorei ver. Um dos meus preferidos no filme de 2016 no elenco foi Tommy Lee Jones- É um dos atores que melhor se veste e a tem a carreira em crescimento, o vi faz pouco tempo em Apenas o Começo e é algo diferente ao que estamos acostumados com ele, se vê espetacular. É um dos filmes com Tommy Lee Jones mais interessantes. Se alguém ainda não viu, eu recomendo amplamente, vocês vão gostar com certeza.

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