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Críticas

Crítica - Zoom


O cinema brasileiro meia volta tenta mostrar uma inovação de seus longas, apresentando histórias e estéticas que até então são poucos exploradas. Porém sempre que esses longas chegam as telas de cinema, os resultados não são nada animadores e acabam transformando o filme quase que um fracasso. A nova vítima disso é Zoom, filme que prometia ser algo e no final acabamos encontrando um resultado bem diferente. 

 
Zoom narra a história de três artistas: Edward (Gael García Bernal), vaidoso diretor de cinema que precisa refilmar o final de um longa contra sua vontade e de repente começa a ter problemas sexuais. Michelle (Mariana Ximenes), modelo brasileira que deixa namorado e carreira nos Estados Unidos para voltar ao seu país e escrever um livro. E Emma (Alison Pill), que, desesperada para retirar seus implantes de silicone, recorre a meios duvidosos para ganhar um dinheiro extra. 

 
O longa marca a estreia do diretor Pedro Morelli nos cinemas, antes ele havia dirigido com seu pai o ótimo Entre Nós (2014). Diferente do longa anterior, Morelli assume sozinho o posto de direção e consegue se sair bem na função. Ele conduz as três histórias de uma maneira correta e em momento algum uma atrapalha a outra, até mesmo porque elas acabam se interligando em um determinado momento. Talvez o maior erro do diretor foi querer entregar um filme muito mais visual do que propriamente dito, brasileiro. 

 
O roteiro do longa é do próprio Pedro com a ajuda de Matt Hansen, roteirista canadense que faz sua estreia no cinema, e é exatamente nele que encontramos os erros do longa. A maneira que eles escolhem abordar os temas trabalhados soam como superficiais em diversos momentos e nenhum pouco contagiante. Zoom foca muito no debate sobre a imposição da beleza em nossa sociedade, e por mais que seja um tema importante, ele acaba sendo tratado de uma maneira nada provocativa e parte desse erro vem na maneira que ela é abordada pelos personagens. 


O elenco do filme chama bastante atenção por trazer nomes conhecidos do cinema brasileiro e do mundo. Seus protagonistas são: a canadense Alison Pill (do inédito Ave, César! e da série The Family), a brasileira Mariana Ximenes (do inédito Prova de Coragem e do romântico A Máquina) e o mexicano Gael García Bernal (dos elogiados Babel e Amores Brutos e do romântico Cartas para Julieta). Os três conseguem segurar o filme tranquilamente mesmo que as histórias de Alison Pill e Mariana Ximenes sejam as menos interessantes do longa, enquanto que a história de Gael Garcia Bernal se sustenta basicamente por sua estética visual diferente.

 
Zoom prometia ser um grande filme porém ao assisti-lo nos deparamos com uma sucessão de erros em volta de seu roteiro que promove uma coisa mas em tese diz outra e um ritmo que certamente vai incomodar muitos dentro da sala de cinema. O filme não é de todo ruim mas certamente é daqueles que devemos pensar duas vezes antes de encarar seus 96min. 

Nota: 5.0/10

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