É surpreendente ver como o ano de 2016 está tomando uma proporção totalmente diferente dos últimos anos. Devido ao grande sucesso de público de Os Dez Mandamentos, uma onda de filmes que segue a temática de reconstruir uma nova visão sobre as passagens bíblicas vem tomando conta dos cinemas. Mas infelizmente nenhuma delas consegue se salvar de ser uma produção chata ou caricata. Como é o caso do mais recente lançamento, O Jovem Messias.
Aos sete anos, Jesus vive com sua família em Alexandria, Egito, onde eles fugiram para evitar o massacre de crianças pelo Rei Herodes de Israel. Jesus sabe que seus pais, José e Maria, mantêm segredos sobre seu nascimento e o tratamento que o faz diferente de outros garotos. Seus pais, porém, acreditam que ainda é cedo para lhe contar a verdade de seu milagroso nascimento e seu propósito. Com a morte do Rei, eles resolvem voltar para sua terra natal, Nazaré, sem saber que o herdeiro do trono, o novo rei, é como seu pai e está determinado a matar Jesus, ao mesmo tempo em que ele descobre a verdade sobre a sua vida.
O Jovem Messias marca a estreia na direção de Cyrus Nowrasteh, porém ele começou estreando nas telas de cinema de uma maneira totalmente inconveniente. O longa não traz nada de novo, a não ser acompanhar a vide Jesus ainda na fase da infância. Porém o que encontramos no filme são passagens atrás de passagens arrastadas e que em momento algum conseguem despertar a atenção do grande público.
O roteiro é assinado também pelo diretor e pela roteirista Betsy Giffen Nowrasteh, esposa do diretor, a partir da obra original escrita pela autora Anne Rice (de Entrevista com o Vampiro). Podemos perceber que em momento algum a trama tenta seguir o caminho desenvolvido por Rice, até porque parece que estamos assistindo a uma aula de catequese do que propriamente um longa-metragem.
Talvez seja essa uma das grandes falhas desse novo nicho de filmes, eles são desenvolvidos para um público específico porém quem não está ambientado nesse universo certamente não vai comprar a ideia.
O elenco traz as estreias do ator mirim Adam Greaves-Neal (antes ele havia feito uma participação no seriado da BBC, Sherlock) e da atriz Sara Lazzaro, como Cristo e Maria. Infelizmente nenhum dos dois estreantes consegue fazer uma boa estreia nos cinemas, a atuação de Sara está no automático e consegue passar aquela sensação que ela não se preparou nenhum pouco para viver a personagem.
Já Adam consegue fazer de seu protagonista a criança mais chata do cinema nos últimos anos. Um dos principais motivos que leva a isso, é que Adam estreou totalmente despreparado e assim por diversos momentos parece que estava encenando uma peça teatral do colégio do que propriamente um filme. Os veteranos Sean Bean (da série de sucessos Game of Thrones) e Vicent Walsh (do seriado da Showtime, Lost Girl) conseguem se manter em um nível onde a atuação para e o piloto automático é acionado.
Infelizmente no Brasil não tivemos a oportunidade de conferir o longa no áudio original e sim com cópias dubladas pelos atores Sérgio Marone e Mel Lisboa, ambos saídos de Os Dez Mandamentos. Fica claro a intenção era conquistar o público do longa brasileiro mas a dublagem é tão ruim, que transforma O Jovem Messias em uma verdadeira sessão de tortura.
O Jovem Messias talvez tenha um caminho melhor em suas exibições para a TV, já que o formato dele lembra um pouco daqueles filmes que volta e meia aparecem nos canais no feriado da Páscoa. Mas como um longa de cinema, ele erra em todos os aspectos: roteiro, direção, trilha sonora e atuação. Talvez seu único destaque seja a fotografia, mesmo sendo bastante comum, ela consegue traz belas paisagens da Itália além de claro ter sido filmado nos estúdios da Cineccitá.
Nota: 2.0/10
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