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Críticas

Crítica - Ressureição


Histórias envolvendo fé ou alguma passagem da Bíblia passaram a ganhar um certo destaque na indústria cinematográfica nos últimos anos. Tanto as produções nacionais (como o recente Os Dez Mandamentos – O Filme), o cinema norte-americano volta e meia resolve trazer um longa com essa temática.  Com previsão para estrear aqui no Brasil na semana que antecede a Páscoa, Ressurreição caminha pelo percurso de contar uma nova visão sobre a ressurreição de Cristo.

 
A trama se passa às vésperas de um levante em Jerusalém, surgem rumores de que o Messias judeu ressuscitou. Um centurião romano agnóstico e cético (Joseph Fiennes) é enviado por Pôncio Pilatos para investigar a ressurreição e localizar o corpo desaparecido do já falecido e crucificado Jesus de Nazaré, a fim de subjulgar a revolta eminente. Conforme ele apura os fatos e ouve depoimentos, suas dúvidas sobre o evento milagroso começam a sumir.


O longa marca o retorno de Kevin Reynolds depois de mais de dez anos afastados das telas do cinema, seu último longa foi o massacrado Tristão & Isolda, nesse meio período Reynolds acabou produzindo a minissérie Hatfiedl & McCoys, que foi bastante elogiada tanto pela crítica quanto pelo público. Voltando para cadeira de diretor em um longa, Reynolds resolve investir nesse segmento que cada vez mais ganha força nos Estados Unidos. Porém tanto tempo sem produzir um longa, acabou afetando o diretor, que no entrega um trabalho um pouco mais trabalhado que seu último longa de 2006 mas mesmo assim ele caminha em meio a espinhos.

 
Além de dirigir, Kevin Reynolds ainda escreveu o roteiro do filme e aí que está o maior problema do longa. O seu roteiro tenta transformar a história da ressurreição de Cristo em um filme com ares de “Policial”, porém acaba falhando em diversos momentos. A busca de Lucius e Clavius é arrastada demais e só compensa por algumas cenas de batalhas, mesmo que estas sejam inferiores a que encontramos em outros filmes do gênero.


O elenco do filme traz apenas os nomes de Joseph Finnes e de Tom Felton (o eterno Draco Malfoy da cine-série Harry Potter) como os protagonistas Clavius e Lucius. Os dois atores se esforçam no máximo para entregar uma atuação convincente porém quem acaba se saindo melhor é Joseph Finnes, o veterano ator está seguro em seu papel e mesmo que abuse um pouco de frases de efeito, se sai melhor que Tom Felton que acaba revelando-se um ator de um único papel. O restante do elenco é praticamente desconhecido do grande público e não faz nenhuma falta que ninguém os conheça, suas atuações são forçadas e dignas de uma novela bíblica de segunda mão.

 
Um ponto que merece uma atenção diferenciada é a maquiagem e o figurino. A maquiagem mesmo não sendo grandiosa como no brutal A Paixão de Cristo, ela merece o seu destaque, enquanto que os figurinos mesmo não apostando para o luxo, conseguem dar um tom a mais para o longa.

 
O saldo final de Ressurreição é que será um filme que quase ninguém vai lembrar depois que a sessão acabar e talvez passe despercebido pelo grande público. Com um orçamento de mais ou menos vinte milhões de dólares, o longa dificilmente conseguirá se pagar nas bilheterias e assim marcando novamente um fracasso para a carreira de Kevin Reynolds. Talvez aqui no Brasil o filme até consiga algum sucesso, devido que o público cristão é muito maior mas mesmo assim não é um filme totalmente bíblico. Ressurreição é uma tentativa falha de recontar a ressurreição de Cristo, ou seja, uma ideia boa para um filme que nem tanto.

Nota: 5.0/10

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