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Crítica - Jogos Vorazes: A Esperança - O Final


Quando foi lançado nos cinemas em 2012, ninguém esperava que a franquia Jogos Vorazes fosse se tornar um das maiores franquias adolescente dessa década. A história escrita por Suzanne Collins veio logo depois do encerramento de duas franquias que tiveram recepções diferentes dos críticos: uma foi aclamada mundialmente tanto pelos fãs quanto pelos críticos que foi Harry Potter enquanto que A Saga Crepúsculo despertou interesse apenas do público, enquanto que a crítica massacrava cada filme. E agora exatamente um ano depois do lançamento da parte 1 de A Esperança, chegou aos cinemas brasileiros na última quarta-feira Jogos Vorazes: A Esperança – O Final.

 
A história começa exatamente do ponto em que a primeira parte do filme acaba: Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) lidando com sua conclusão de que a lavagem cerebral feita em Peeta Melark (Josh Hutcherson) é irreversível. Com raiva e desesperançosa, Katniss, contra ordens expressas de Alma Coin (Julianne Moore), parte em missão suicida para assassinar o presidente Snow (Donald Sutherland), o que acaba sendo usado por Coin e também por Snow para seus respectivos propósitos.


A série que ao todo teve dois diretores no comando de seus filmes: Gary Ross comandou o primeiro filme enquanto que Francis Lawrence comandou as três sequencias finais (Em Chamas e os dois filmes de A Esperança). Com uma direção totalmente diferente de Ross, Lawrence nos entregou nos três filmes grandes sequencias que alternavam entre a ação e os diálogos. Nesse último capítulo o diretor optou por não ser levado ao “quanto mais melhor”. As cenas de ação são os grandes triunfos desse longa porém elas conseguem ficar melhores devido as sequencias de diálogos entre seus personagens e os momentos de tensão que envolvem as cenas. Não espere ver cenas de ação frenética pois não há, na verdade se há alguma é apenas a cena do esgoto quando os personagens estão fugindo de um ataque de bestantes. A cena é claustrofóbica, tremida, intensa, violenta e rápida, uma sequencia dirigida brilhantemente por Lawrence com o apoio dos colegas de montagem Alan Edward Bell e Mark Yoshikawa.

 
A grande sacada dessa última parte é trazer de volta a guerra psicológica, onde cada lado tenta manipular e usar as informações para seus objetivos. A manipulação das informações mostram que uma sociedade pode ser muito bem desconstruída quando o poder está no comando, principalmente se o público está acompanhando tudo e deixa-se levar pelas aparências. A crítica serve muito bem para o momento em que o Brasil está passando por algo parecido.

 
A fotografia está muito bem trabalhada com imagens claras e uma paleta de cores cinzas sem filtro de Jo Williems, acaba sendo mais evidente em seus momentos finais. 

São diversos momentos que marcam o longa, mas o grande destaque é a sua sequencia final. Desde o momento onde os rebeldes começam a atacar até o momento chave do filme. São cenas de tirar o fôlego e também de arrancar possíveis lágrimas.

 
Sobre o elenco, todos tem o seu devido momento, mesmo que seja apenas em algumas cenas ou em momentos maiores. A começar pela estrela principal Jennifer Lawrence que está em seu melhor momento como Katniss. Hoje não tem como não imaginar outra atriz vivendo essa personagem, já que Lawrence se entregou de uma maneira soberba e intensa a heroína. Porém quem amadureceu durante os filmes, foi o ator Josh Hutcherson. Agora no último filme, é ele que rouba diversos momentos importantes do filme. Seu Peeta perturbado e sofrido, é intenso demais e realmente duvidamos em alguns momentos que ele está mudando. Mas a troca de olhares entre ele e Lawrence é algo único e explosivo, que já havíamos descoberto desde o primeiro filme.

 
Os atores Liam Hemsworth e Sam Claffin tem seus momentos importantes e mesmo que sejam breves, eles conseguem ter o seu destaque na história.

 
No time dos veteranos não precisamos dizer que quem rouba todas as cenas são Julianne Moore e Donald Sutherland. Julianne surge como uma Alma Coin irônica, manipuladora, dissimulada e capaz de enganar a todos com seu jeito. Diferente de Kate Winslet na Série Divergente, Julianne Moore está mais centrada e menos histérica que sua colega. Donald Sutherland está mais irônico que nunca como o maléfico e repugnante Presidente Snow, as cenas dele são repletas de ironias.

 
O roteiro desenvolvido em momento algum prejudicou o filme, todas as ideias principais de Collins estão ali presente, tanto em seus personagens quanto em suas cenas.

 
Jogos Vorazes: A Esperança – O Final é sem sombra de dúvidas o hit de 2015, um filme onde todos saem satisfeitos: os fãs e até mesmo o público que não conhecia a história dos livros. Um filme que certamente amadureceu em sua trajetória, nos entrega em 2h15 fortes emoções que não lembram em nada o último capítulo de A Saga Crepúsculo. Muito mais sério e violento, Jogos Vorazes será para sempre lembrado como uma grande franquia do cinema.

Nota: 9.0/10

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