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Críticas

Crítica: Dora e A Cidade Perdida


A Nickelodeon criou há vinte anos um dos seus maiores sucessos, Dora, A Aventureira e desde então vem conquistando cada vez mais a audiência de milhões de pessoas ao redor do mundo. De lá para cá, foram brinquedos, biscoitos, cadernos, roupas e tudo que você possa imaginar, porém em 2019 a Nickelodeon resolveu ir mais longe e fazer um projeto bem ambicioso. Chegando tardiamente no Brasil, Dora e A Cidade Perdida é uma das grandes apostas para esse final de ano.


Dora (Isabela Moner) é uma garota que vive na selva com seus pais (interpretados por Michael Peña e Eva Longoria) que, ao aceitarem encarar uma nova aventura, em busca da cidade perdida de Parapata, resolvem que sua filha deve ficar com sua tia, na cidade. Lá, ela reencontra seu primo, Diego (Jeff Wahlberg), com quem vivia as mais valentes aventuras, quando criança. Ele é encarregado de fazê-la se adequar ao comportamento tradicional dos jovens locais, e lugar melhor para tal dever seria a escola. E assim começamos uma tradicional comédia colegial, onde protagonistas tentam se encaixar em grupos que melhor lhe sirvam. Certo? Errado. Todo clichê é totalmente adequado a condição de Dora, uma forma inteligente de sair do tradicional. O mesmo ocorre na introdução dos antagonistas: Sammy (Madelaine Madden), a típica garota inteligente, interessada por causas nobres e que tem leve queda amorosa por Diego, Randy (Nicholas Coombe), o nerd esquisito que sempre faz algo que ninguém faz, e Alejandro, um esquisito professor universitário, amigo dos pais de Dora.


Para contar essa história, o diretor James Bobin optou por trazer as principais características da animação para as telas do cinema, ou seja, você vai encontrar as músicas, o super otimismo de Dora, as brincadeiras, as piadas e é claro, a relação entre ela e seu primo Diego. Essa relação entre os dois, talvez seja a parte mais emocional do roteiro, onde por um lado temos um garoto apaixonado pelas aventuras de sua prima e que logo se muda para a cidade grande e passa a enxergar a vida com outros olhos, ou seja, menos aventureiro e mais urbano, e do outro lado, temos a nossa Dora, uma menina doce e guerreira, que em momento algum deixa as suas origens de lado, as florestas e tudo isso entra em choque quando a nossa protagonista é influenciada pelos pais a viver na cidade grande. Assim, esse rompimento de barreiras tanto físicas quanto emocionais, e o choque de cultura acaba colocando a amizade deles em prova.


O público mais velho e que não está tão acostumado com esse tipo de narrativa do desenho, talvez se incomode bastante com as piadas e algumas atitudes dos personagens, porém para o público alvo e para aqueles que estão em busca de diversão, é garantia de risadas na certa.


O elenco juvenil aqui é encabeçado pela atriz Isabela Moner, Jeffrey Whalberg, Madeleine Madden e Nicholas Coombe. Nossa protagonista, Dora, ganha vida graças ao charme e talento de Isabela, que já aponta aqui como uma das grandes promessas das próximas gerações. A atriz tem carisma de sobra, além de mostrar uma boa desenvoltura para as cenas de aventura. Enquanto isso o trio formado por Jeffrey, Madeleine e Nicholas, tem seus momentos de altos e baixos, a começar por Jeffrey que interpreta o seu primo Diego. O ator até tem um certo carisma, porém falta muita expressão para Whalberg e em diversos momentos o jovem ator está fazendo a mesma cara. Porém precisamos dizer que quando ele está contracenando com Isabela, os dois possuem uma química única. A dupla formada por Madeleine e Nicholas, os amigos de Dora e Diego, tem mais baixos do que altos momentos em cena. Madeleine repete a velha formula da garota que se sente ameaçada pela novata, mas que logo depois descobre nela uma grande amiga enquanto Nicholas é o estereótipo do nerd. No elenco adulto temos as presenças de Michael Peña, Eva Longoria, Eugenio Derbez e Adriana Barraza, todos realmente muito bem em cena, mesmo que alguns tenham pouco tempo.


Dora e a Cidade Perdida é uma grata, divertida e cativante aventura familiar, que promete conquistar a todos.


Nota: 8.5/10

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