Em 2009 a palavra Zumbi nunca esteve tão em alta e popularmente como
naquele ano. Os anos 2000 tivemos uma grande leva de filmes desse gênero: os
ótimos Madrugada dos Mortos, a paródia realizada em 2004 Todo Mundo
Quase Morto, os eficientes [REC] e [REC]2, além da ótima
comédia Zumbilândia, que nada mais era que uma sátira a todo esse
universo que estava em ascensão.
De lá pra cá, se passaram 10 anos e uma sequência desse grande sucesso
parecia cada vez mais distante, uma que zumbis já não estão mais na moda e The
Walking Dead praticamente já é declarada como morta a pelo menos três
temporadas. Mas para surpresa de todos, eis que a Sony anuncia Zumbilândia
2: Atire duas Vezes e para nossa alegria, é uma grata sequência.
Se passaram cerca de 10
anos na história e nossos sobreviventes ao apocalipse zumbi continuam firmes e
fortes na estrada. Para quem se apegou aos personagens, é muito bom saber que o
quarteto está são e salvo. As coisas agora estão um pouco diferentes. Little
Rock (Abigail Breslin) agora é uma jovem adulta, Columbus (Jesse Eisenberg) e
Wichita (Emma Stone) continuam sendo um casal, e Tallahassee (Woody Harrelson)
segue um "lobo solitário".
A história começa com o que parece ser rotina
para o grupo, em um mundo em que poucos sobreviveram e os lugares se tornaram
cidades-fantasma, e o pontapé inicial acontece quando eles encontram a Casa
Branca. Logo no início do filme, sentimos uma satisfação em ver que pouca coisa
mudou, afinal, sem uma sociedade, internet, emprego e estudos, como algo iria
evoluir? Nossos queridos personagens curtem todos os aposentos do que já foi a
residência dos presidentes dos Estados Unidos – torço aqui para que
nesse universo não exista Donald Trump -. E é interessante ver que até mesmo as
piadas aqui ganharam uma renovação, principalmente em relação ao mundo real e
ao mundo que eles vivem, como por exemplo o surgimento dos app de corrida.
Durante uma década, de fato, a vida do quarteto
é aquilo que aparece nos filmes: invadindo casas, comércios, encontrando
lugares seguros para dormir, matando muitos zumbis e lutando para sobreviver.
Mas porque passados 10 anos, Zumbiândia ser tão
grandiosa quanto o primeiro filme. É porque eles não alteraram quase nada,
apenas acrescentaram fatos novos para a vida desses personagens. Existe espaço para o romance entre Columbus e
Wichita, além do surgimento de um par romântico para Tallahassee e um breve
romance entre Little Rock e um novo personagem. Ainda também entram novos
personagens, que acabam acrescentando bastante para o rumo dessa sequência:
Madison(Zoey Deutch) e Berkeley (Avan Jogia).
Se temos que destacar alguém do elenco é a
personagem Madison, é nela que está a grande gama de referências da cultura pop
adolescente dos anos 2000. Toda de rosa, cabelo loiro sempre arrumado, um
sotaque forte e extremamente irritante, além de uma ingenuidade, que no
decorrer do filme acaba mostrando uma grande personalidade.
É dela os diálogos mais engraçados com os
personagens que já conhecemos, e que de certo modo, no primeiro momento soa
bastante desconfortável devido ao estereótipo forçado e seu conflito com a
personagem de Emma Stone, que no final acaba sendo essencial para a evolução da
personagem. Deutch é a grande responsável por todas as risadas que você vai dar
nessa sequência.
Já Berkeley, personagem que Wichita e Little
Rock acabam conhecendo na estrada, traz aquele estereótipo do música de beira
de estrada, hippie e que adora as coisas “naturais”. Diferente de Zoey, Avan
não mostra tanta força assim nas cenas mais engraçadas, tanto que ele não tem
tanto tempo em tela quando a atriz.
Além deles, temos as participações de Rosario
Dawson, Luke Wilson e Thomas Middleditch. Todos muito bem em seus respectivos
papeis, porém sem sombra de dúvidas é muito bom ver Dawson interpretando papeis
femininos de grande personalidade.
Zumbilândia 2: Atire Duas Vezes é aquela sequência que diverte muito mais que o primeiro e quebra a maldição
de que sempre uma sequência pode ser uma grande bomba.
Nota: 8.5/10
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