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Crítica: Mamma Mia! Lá vamos nós de Novo


Não é preciso dizer que em 2008 Mamma Mia se transformou em um grande sucesso de público e de crítica. Trazendo de volta ao cenário pop da cultura as músicas do grupo sueco ABBA, o longa-metragem logo se tornou um queridinho entre os fãs de musicais. Eis que passados 10 anos, chega aos cinemas Mamma Mia! Lá Vamos nós de Novo.


Dessa vez acompanhamos Sophie(Amanda Seyfried) está prestes a reinaugurar o hotel da mãe, agora totalmente reformado. Enquanto isso, ela precisa aprender a lidar com a distância de seu marido Sky (Domic Cooper), que está em Nova York para um curso de hotelaria.


A parte boa dessa história é que os pais de Sophie, Harry (Colin Firth), Sam (Pierce Brosnan) e Bill (Stellan Skarsgard), são convidados para a festa, assim como as eternas amigas da mãe, Rosie (Julie Walters) e Tanya (Christine Baranski). Isso abre portas para trazer as memórias de Donna da década de 1970.


A trama dessa vez é ambientada em duas linhas temporais, o que acaba em determinados momentos causando algumas falhas. Isso atrapalha o filme? Para quem é mais crítico ou gosta de tudo muito explicado, pode, mas como estamos falando de Mamma Mia! é óbvio que acabamos relevando, por conta de toda a parte cativante que seus personagens e trama acabam nos passando.


Lily James tinha uma difícil missão em suas mãos, interpretar de uma maneira tão única uma personagem que já tinha sido de Meryl Streep. James consegue aqui entregar seu melhor papel e transformar a nossa Donna em uma mulher muito mais corajosa, sorridente, confiante e sincera. É incrível o talento vocal da atriz e todo número musical com ela, parece ter sido pensado exclusivamente para a atriz.


Colin Firth, Pierce Brosnan e Stellan Skarsgard voltam a reprisar seus papeis de pais e preciso dizer, parece que o tempo não passou para eles. Toda a jovialidade que eles tinham no primeiro filme há 10 anos atrás continua muito presente, porém dessa vez eles voltam muito mais a vontade e com aquela sensação que eles estão ali para se divertir.


Para os novatos Josh Dylan, Hugh Skinner e Jeremy Irvine também não foi uma tarefa fácil, mas eles conseguiram pegar os trejeitos de seus respectivos personagens e trazer para a sua juventude a essência de cada um dos três pais.


Se no primeiro filme Julie Walters e Christina Baranski já haviam roubado a cena com os momentos mais hilários, aqui novamente a dupla rouba a cena, só que dessa vez elas não estão sozinhas. As suas versões mais jovens, interpretadas pelas atrizes Alexa Davies e Jessia Keenan Wynn conseguem manter o ritmo e o mesmo tom cômico que as personagens têm nos dias atuais.


Amanda Seyfried volta ao papel de Sophie e precisamos dizer que ela foi a que teve a mais difícil lição de todo o elenco. Sua personagem precisou amadurecer nesses dez anos e em certos momentos, a atriz parece muito robótica em cena. Porém ela nos entrega dois ótimos números musicais: o primeiro, One of Us ao lado de Dominic Cooper e depois, a cena mais emocionante do longa inteiro, My Love, My Life ao lado de Meryl Streep.


Falando em Meryl Streep, precisamos dizer que o roteiro e a direção tiveram uma coragem muito audaciosa em relação ao destino da personagem. Mesmo com tendo um tempo em tela mais curto e enxuto, a grande diva rouba o filme inteiro para si no número My Love, My Life (já citado acima). Impossível não ir as lágrimas nesse momento.


Agora sobre a presença de Cher e Andy Garcia, é preciso dizer que a diva pop tem poucas cenas no filme, mas quando chega percebemos que ela está em um universo que lhe pertence. Os dois números musicais com a cantora são divertidos e únicos, principalmente o número final. Já o veterano ator está ali mais para figuração do que para um personagem que acrescente algo na trama e se não fosse a existência da personagem de Cher, ele realmente nem precisava existir.


A direção de Ol Parker é muito boa, porém é preciso dizer que a saída de Phyllida Lloyd traz uma ausência da alma feminina que esse universo precisa. Afinal, essa é uma história sobre mãe e filha estarem tendo uma conexão entre passado e presente. Porém, Parker consegue segurar firme e forte essa sequência.


Se no primeiro filme já havíamos nos apaixonados pelos números musicais e por sua trilha sonora, aqui novamente somos transportados para essa era ABBA. Ver passado e presente juntos cantando essas músicas, nos traz uma sensação tão boa, que realmente dá vontade de levantar da cadeira do cinema e sair cantando.


Mamma Mia! Lá vamos nós de Novo é o filme mais alto astral de 2018. Ensolarado e com uma vibe tão positiva, consegue transformar o dia de qualquer pessoa em uma verdadeira festa.


Nota: 10/10

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