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Crítica: A Lei da Noite


A proibição da venda e consumo de bebidas alcoólicas nos anos 20 e 30 nos Estados Unidos já serviram de plano de fundo para diversas histórias de gângsters, sendo que algumas delas se tornaram verdadeiros clássicos do cinema como Os Intocáveis e Era uma vez na América. Mesmo com tantas produções abordando essa mesma temática, por se tratar de um assunto histórico, podemos sempre ter uma nova história e um novo ponto de vista para velhos personagens como o Al Capone ou até mesmo para conhecer novos personagens. Em A Lei da Noite, novo filme dirigido e estrelado pelo astro Ben Affleck, se encaixa perfeitamente nessa segunda ordem.


A trama gira em torno de Joe Coughlin (Ben Affleck), ex-combatente da Primeira Guerra, que voltara aos EUA prometendo nunca mais servir a ninguém. Começando como um simples fora-da-lei, o protagonista logo se vê no meio de uma guerra entre a máfia italiana e irlandesa. Após perder tudo, inclusive sua amada, ele passa a trabalhar para a gangue italiana, sendo encarregado de cuidar das operações da máfia em Tampa, Flórida, onde ele rapidamente ascende ao poder.


Affleck nem precisa mais provar que é um excelente diretor, já que vimos isso em suas obras anteriores como Medo da Verdade, até mesmo o vencedor do Oscar, Argo, no qual ele também atuou. A Lei da Noite só demonstra a naturalidade do ator na direção, com enquadramentos e movimentos de câmera precisos, que conseguem aproveitar todos os dramas das sequências e nos entregar algumas cenas de ação bem conduzidas. Affleck consegue brincar com a expectativa do espectador, ao não deixar claro o que podemos esperar na cena seguinte, criando assim algumas ilusões a partir da movimentação dos personagens, enquanto diz, através de uma imagem, muito mais que qualquer diálogo.


Se por um lado ele consegue se sair muito bem como diretor, sua atuação volta aos tempos sombrios do ator. Não sei se a atuação do ator foi comprometida devido algumas brigas com a Warner ou se foi simplesmente pelo fato do ator ter se transformado em um armário ambulante para dar vida ao Batman no Universo Cinematográfico DC, só que a pessoa que está presente em tela é um ator totalmente sem expressão, transmitindo uma apatia em todos os momentos em que aparece em cena, tornando assim um personagem que não consegue convencer ninguém. Tanto que isso acaba prejudicando o desenvolvimento da trama, visto que em determinados momentos suas ações acabam soando como forçadas.


O maior problema envolvendo A Lei da Noite, está em seu roteiro que divide a trama em diversos atos muitos distintos uns dos outros. Aqui existe uma narrativa bastante fragmentada, culpa talvez da maneira que foi escolhido adaptar o livro para as telas. Para termos uma ideia, em determinados pontos, a obra se torna tão arrastada e cansativa, que parece que estamos assistindo a uma minissérie dentro da sala de cinema.


A Lei da Noite acaba se tornando um filme bastante esquecível devido ao seu roteiro bastante falho, que acaba transformando seus 129min em um filme de muito maior duração. As rupturas existentes em suas tramas, vai afastando os espectadores e seus personagens acabam caindo no esquecimento. Talvez seja o trabalho mais relapso de Ben Affleck na direção, tomara que seu próximo filme consiga apagar essa mancha.

Nota: 5.0/10

About Marcelo Rodrigues

1 Comments:

  1. Na minha opinião, sinto falta de ben affleck nesta lista! Os filmes de Ben Affleck são cheios do seu estilo, e logo se pode identificar quem esta responsável pela produção. Quando vi A lei da Noite automaticamente vi os detalhes que o caracterizaram realmente é impressionante o trabalho de produção.

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